sexta-feira, 21 de julho de 2017
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Dessine-moi un migrant
15 de Agosto de 2015
(No ano em que se celebram os 60 anos da bandeira europeia, símbolo de uma "identidade europeia comum".)
A Laura, hoje, foi pela primeira vez à creche. Falámos com a educadora que
será o nosso ponto de contacto. Falámos no canto onde os bebés ficam quando
querem estar mais sossegados. Havia uma bóia-flor onde coloquei a Laura. A
Laura estava perto da Alice, que, talvez estivesse também no País das
Maravilhas. Ė verdade que a Laura gosta de espelhos; agora, depois de ver a
Alice, penso se a Laura não gostará mais do que poderá estar por detrás do
espelho.
Na bóia-flor da Laura, coloquei-lhe um livro. No livro, havia um cordeiro
(“mouton”). Lembrei-me do pedido do Principezinho: “Dessine-moi un mouton”. “Hoy
por hoy”, como se diria em Espanha, o pedido ter-se-ia transformado em
“Dessine-moi un migrant”. Fiquei a pensar como representaria um migrante se a
Laura mo pedisse.
Saiu-me isto:
domingo, 11 de outubro de 2015
A baby can never be maybe or a migrant wrapped in plastic
Today I've seen the image of a migrant; better said, of what we call, nowadays, a migrant. This migrant was covered - and so was his baby (a baby can never be maybe) - by a plastic cover. There was a profusion of plastic in that image.
They were covered by plastic and the man was holding a plastic bag. If there would be a nuclear war, neither the man nor the baby, nor current borders would survive. The plastic would.
sábado, 20 de junho de 2015
Vale tudo ou o mundo dos pontos pequenos dos girassóis
Na
praça do mar, onde palmeiras se cruzam com vegetação endémica da
Madeira (valha-nos o dragoeiro), ainda há resquícios da Madeira
Velha: há sem-abrigo que têm o desplante de dormir em pleno dia, no
mesmo luar onde, nos Sábados à noite de Junho, se vê o fogo de
artifício, entre músicas e sorrisos.
Precisamos
que nos dêem menos música e mais sorrisos, daqueles de verdade, não
daqueles que visam o nosso bolso.
Ontem,
comprei um bordado madeira a uma senhora que já não podia bordar
girassóis porque era ponto muito pequeno. O olhar-sol (e não falo
do olhar de Luís XIV) eclipsa-se ao mesmo tempo que o girassol fica
desnorteado pois não sabe para onde voltar-se. Aqueles a quem lhes
reduziram pensões, salários, lhes tiraram a liberdade de ganhar o
pão arregaçando as mangas e picando o ponto – mesmo que
imaginário - também perderam, pelo menos momentaneamente, o sol que
os iluminava.
Quando
se perde um emprego são precisas outras referências mas numa
sociedade alicerçada no modelo social
trabalho-casa-carro-férias-e-tudo-cada-vez-maior-e-mais-longe não é
possível existir sem trabalhar. Em tempos, um amigo lembrou-me que
disfuncional é aquele que não tem função (i.e. emprego).
Disfuncional
é uma sociedade alicerçada nos pontos pequenos do girassol e que
não olha pela/à vista da senhora que já não os pode desenhar,
bordando-os.
Agora,
vou ao mercado (não o que nos suga a alma e empresa com alma parece
que foi algo que nunca existiu) mas o de verdade, onde trabalha
gente, o dos Lavradores, no Funchal.
Bom
Sábado com pontos pequenos dos girassóis!
domingo, 17 de maio de 2015
Noite dos museus em Estrasburgo
Por entre o vermelho, o azul, o branco, o amarelo, o preto e muita gente, a noite dos museus, em Estrasburgo, também teve música. É bom quando nos dão música.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
As viagens que nos acontecem por dentro (as verdadeiras)
Hoje, acordei entre
viagens. De repente, tive consciência de mim diante do espelho. Acordei com o
cabelo levantado como quando se faz uma viagem de moto sem capacete, com o
vento a bater e a indicar-nos o caminho. Não sei por onde terei estado durante
a noite e que caminhos terei percorrido. Alguns caminhos são imperscrutáveis,
de qualquer das maneiras.
Ainda não tirei o
lastro do fundo das malas e já começo a preparar a próxima viagem. “The rolling
stone gathers no moss” (i.e. pedra que rola não cria limo), ensinou-me há muito
tempo o meu professor de estórias.
Ao lado da cama,
esperando por mim, estava um artigo do “Le Monde” sobre os deslocados internos
do leste da Ucrânia; vinham do leste, donde nasce – “orior”- o sol. Na foto que
acompanha o artigo viam-se mulheres, bebés e crianças. Por onde e como estariam
os homens? Muita sorte para todos e para a paz!
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