Hoje, acordei entre
viagens. De repente, tive consciência de mim diante do espelho. Acordei com o
cabelo levantado como quando se faz uma viagem de moto sem capacete, com o
vento a bater e a indicar-nos o caminho. Não sei por onde terei estado durante
a noite e que caminhos terei percorrido. Alguns caminhos são imperscrutáveis,
de qualquer das maneiras.
Ainda não tirei o
lastro do fundo das malas e já começo a preparar a próxima viagem. “The rolling
stone gathers no moss” (i.e. pedra que rola não cria limo), ensinou-me há muito
tempo o meu professor de estórias.
Ao lado da cama,
esperando por mim, estava um artigo do “Le Monde” sobre os deslocados internos
do leste da Ucrânia; vinham do leste, donde nasce – “orior”- o sol. Na foto que
acompanha o artigo viam-se mulheres, bebés e crianças. Por onde e como estariam
os homens? Muita sorte para todos e para a paz!