Ao fazer as malas, vão-se alinhavando memórias de viagens
futuras. Ao empilhar papéis encontrei um “Le
Monde” (“O [meu] Mundo”) de 12 de Julho deste ano. Na página 20, encimada pelo
seguinte título “Manu Chao chante partout son amour de la rue”, escrevi, a azul,
“Quando se beija alguém que não fala será que é como se beijássemos duas vezes?”.
Lembrei-me que no recente artigo de Isabel Lucas
sobre Amos Oz – que escreve ficção a azul e, a preto, artigos sobre política e
intervenção cívica – dizia-se que “quando [Amos] escreve uma história, a azul, ela
mexe com as forças mais básicas da existência humana”. Eu, quando escrevo algo
a azul, co-movo-me.
Post-leitura: este bilhetinho foi escrito ouvindo em surdina Ute Lemper a cantar “Paris Days, Berlin nights”.
Sem comentários:
Enviar um comentário