A Dª Rosa, que tem nome de flor, é da Camacha; é uma das senhoras da
Camacha que vende flores no mercado dos Lavradores. Quem nunca foi ao mercado
dos Lavradores não conhece verdadeiramente a Madeira nem o Natal na Madeira. A
Dª Rosa diz que, este ano, não foi um bom ano para junquilhos, “quando vinha a
folha não vinha flor”. No mercado, este ano, poderá haver muita folha sem flor;
na tangerina, e no odor que a rodeia, há também folha, pelo menos, na boa
tangerina. Há também olhos dormentes – em botânica, significa que as folhas se enrolam
durante a noite – que, às vezes, se poderiam confundir com botões de rosa. A Dª
Rosa (co)move-se quando fala nos “seus emigrantes”. Qual será a família que
passará pelo dia 23 de Dezembro incólume por causa dos “seus emigrantes”?
Um abraço emigrante e boa noite do mercado!
P.S.: Obrigado à Antena 1 Madeira por me ter feito chegar a Dª Rosa e o
cheiro a tangerina do mercado dos Lavradores às portas de casa, em Estrasburgo.
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