Aviso à navegação: este bilhete foi escrito, dentre outras coisas, em torno das variações
da palavra pega, no dicionário electrónico, priberam.pt/dlpo/
Hoje, de manhã, bebi chá Leão de ca(mo)mil(l)a; e que bonito logótipo é aquele
em que chá Leão se escreve formando uma chávena de chá (e o chá já vem na
chávena). O “c” é a pega da chávena – a pega da chávena também se pode chamar
“asa” da chávena - e é bem verdade que também se voa quando se bebe chá Leão.
Voamos como a pega (comum no Norte de Portugal) por entre o branco e preto da
sua plumagem e, às vezes, quando gostamos realmente do que bebemos, sentimo-nos
como o mastaréu, que, do alto do mastro, encavalitado na pega, não percebe o
que anda a fazer aquele leão que anda a separar folhas para chá.
Às vezes, o chá não é bom (o que não é o caso do chá Leão) e, então, temos
que beber o chá como quem agarra o touro à mão, pelo cachaço ou pelo lombo; às
vezes, o chá está muito quente; e, então, utilizamos uma pega para segurar a chaleira
quando vertemos o chá na nossa chávena que seguramos pela pega.
O gosto do chá acompanha-me pelo dia fora e sei que não vou sozinho.