Aviso à navegação: este texto deve ler-se ao som de "Apinajazz"
Ainda antes do café da manhã, em São Paulo, ouvimos a cidade a ser
construída. Aquele barulho firme do martelo que modela a pedra, nesta
cidade-de-pedra-e-esperança-de-um-amanhã-diferente.
Ouço também um apartamento que se põe bonito para os sorrisos que irá
receber mais tarde.
Neste quarto de paredes brancas e memórias de cor, ouço também uma
cidadania em movimento, que se põe bonita para os sorrisos que quer legar a
quem virá depois. É uma cidadania que se constrói como o martelo que molda a
pedra na cidade.
Ontem, ao chegar a esta megapole, vi, da mesa onde me sentava, uma luz
suspensa do alto da cidade. Cuidar da cidadania e da nossa casa pode ser tão
frágil e tão importante como cuidar dessa luz suspensa. Contudo, atenção, porque a cidadania, ao contrário da cor, não pode ser uma impressão que
a luz reflectida pelos corpos produz no órgão da vista (ou sê-lo-á?).
Escrever este texto de uma rua com nome indígena faz todo o sentido.
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