segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Constância e a Outra

No aeroporto, a Custódia de Portugal pede à Custódia de Minas que aqueça o puré da menina. A Custódia de Minas chama "a Outra" à Custódia de Portugal. Parecem entender-se bem e gostar do que fazem.

Falámos do primeiro mandato de Lula. "Votei nele no primeiro mandato...". Agora, não sei em quem vota mas também não deve ser fácil a escolha.

No último dia do ano, conheci duas Custódias que nunca se tinham encontrado e, agora, trabalham lado a lado. A Custódia que me serviu deu-me pastéis de bacalhau "feitos ali" e arroz de tomate; disse-me que ainda podia escolher mais um acompanhamento. A guloseima e a viagem que ainda havia pela frente fez-me perguntar se podia ser um bocadinho de arroz de pato. A Custódia olhou para mim de soslaio, colocou os olhos cabisbaixos, disse baixinho que não podia e serviu-me.

O acto da Custódia em fazer o que não pode é o que nos separa das máquinas e fez-me lembrar um estudo há dias publicado: não seria apenas o Estado a não funcionar se os funcionários (aqueles que fazem o Estado funcionar) fossem impessoais.

Obrigado Custódia(s) - por fazer o que devem e o que não devem - e um bom ano!

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