quinta-feira, 15 de março de 2012

O republicano com uma rainha nos bolsos

Hoje, fui comprar (o) pão (nosso de cada dia) à padaria do bairro. Quando estava na fila, preparava o troco certo para não fazer ninguém esperar. As duas moedas de €2 que tinha apresentavam uma águia alemã e a efígie da rainha Beatriz da Holanda (com a particularidade de todo o século XX ter sido o século de rainhas, na Holanda: Guilhermina, Juliana, e, agora, Beatriz). Entre uma rainha e uma águia - apesar do destino do coração desta rainha ter sido atado ao de uma águia alemã pelos laços do matrimónio com Claus von Armsberg - dei a águia e fiquei com a rainha; contudo, não sei se a poderei guardar por muito mais tempo porque, hoje em dia, os euros não chegam a arrefecer nos bolsos ou carteiras. Quando se sai da padaria, sai-se normalmente com vestígios de farinha na roupa que nos desenham o mapa da fome ou da gula mas eu, republicano (com o significado que lhe é atribuído deste lado do Atlântico) convicto saia com uma rainha nos bolsos. Até quando?

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