domingo, 29 de julho de 2012

Beijar o indizível


Ao fazer as malas, vão-se alinhavando memórias de viagens futuras. Ao empilhar papéis encontrei um “Le Monde” (“O [meu] Mundo”) de 12 de Julho deste ano. Na página 20, encimada pelo seguinte título “Manu Chao chante partout son amour de la rue”, escrevi, a azul, “Quando se beija alguém que não fala será que é como se beijássemos duas vezes?”. Lembrei-me que no recente artigo de Isabel Lucas sobre Amos Oz – que escreve ficção a azul e, a preto, artigos sobre política e intervenção cívica – dizia-se que “quando [Amos] escreve uma história, a azul, ela mexe com as forças mais básicas da existência humana”. Eu, quando escrevo algo a azul, co-movo-me.

Post-leitura: este bilhetinho foi escrito ouvindo em surdina Ute Lemper a cantar “Paris Days, Berlin nights”. 

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