quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Ainda antes do café da manhã

Aviso à navegação: este texto deve ler-se ao som de "Apinajazz"


Ainda antes do café da manhã, em São Paulo, ouvimos a cidade a ser construída. Aquele barulho firme do martelo que modela a pedra, nesta cidade-de-pedra-e-esperança-de-um-amanhã-diferente.
 
Ouço também um apartamento que se põe bonito para os sorrisos que irá receber mais tarde.

Neste quarto de paredes brancas e memórias de cor, ouço também uma cidadania em movimento, que se põe bonita para os sorrisos que quer legar a quem virá depois. É uma cidadania que se constrói como o martelo que molda a pedra na cidade.

Ontem, ao chegar a esta megapole, vi, da mesa onde me sentava, uma luz suspensa do alto da cidade. Cuidar da cidadania e da nossa casa pode ser tão frágil e tão importante como cuidar dessa luz suspensa. Contudo, atenção, porque a cidadania, ao contrário da cor, não pode ser uma impressão que a luz reflectida pelos corpos produz no órgão da vista (ou sê-lo-á?).
Escrever este texto de uma rua com nome indígena faz todo o sentido.

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