sábado, 28 de setembro de 2013

(Desa)pega(do)


Aviso à navegação: este bilhete foi escrito, dentre outras coisas, em torno das variações da palavra pega, no dicionário electrónico, priberam.pt/dlpo/

 
Hoje, de manhã, bebi chá Leão de ca(mo)mil(l)a; e que bonito logótipo é aquele em que chá Leão se escreve formando uma chávena de chá (e o chá já vem na chávena). O “c” é a pega da chávena – a pega da chávena também se pode chamar “asa” da chávena - e é bem verdade que também se voa quando se bebe chá Leão. Voamos como a pega (comum no Norte de Portugal) por entre o branco e preto da sua plumagem e, às vezes, quando gostamos realmente do que bebemos, sentimo-nos como o mastaréu, que, do alto do mastro, encavalitado na pega, não percebe o que anda a fazer aquele leão que anda a separar folhas para chá.

Às vezes, o chá não é bom (o que não é o caso do chá Leão) e, então, temos que beber o chá como quem agarra o touro à mão, pelo cachaço ou pelo lombo; às vezes, o chá está muito quente; e, então, utilizamos uma pega para segurar a chaleira quando vertemos o chá na nossa chávena que seguramos pela pega.

O gosto do chá acompanha-me pelo dia fora e sei que não vou sozinho.
 
 
 
 

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