segunda-feira, 4 de março de 2013

Deste lado das nuvens, onde (a) gente mora


Hoje, de manhã, com o chão da cozinha banhado pelo sol que lá entrava, ouvia Sinais. Falava das nuvens e da proximidade de voar e orar (a palavra orar, como voar, contêm já a palavra ar). Falava-se das nuvens e de quando se está acima das nuvens e, eu, que continuava com a cabeça acima delas, cortava em dois a maça com o desejo do batido que me abriria a manhã (uma manhã-maçã).

Mas, logo a seguir, caía das nuvens, ao ouvir que, em Espanha, se chegaria, pela primeira vez, aos cinco milhões de desempregados. Não sei se, lá, nas nuvens, há emprego (ou falta dele) – exceptuando, claro, os homens e mulheres que trabalham nas companhias de aviação, em missões espa(/e)ciais, e, evidentemente, no domínio das artes (haverá um domínio nas artes, ao lado do domínio das artes (?), talvez – mas, quanto a mim, gosto de estar com a cabeça nas nuvens mas com os pés fincados deste lado das nuvens: é aqui que (a) gente mora.

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